quinta-feira, 19 de abril de 2007

O que é Cibercultura?

Logo Abaixo podes encontrar algumas explicações:


Francisco Rüdiger -
Intodução às Teoria da Cibercultura
Cap. 8 - Os problemas do ciberculturalismo
(Análise de André Lemos)

·André Lemos afirma que a cibercultura é o resultado de uma reunificação da ciência com a cultura, e vice-versa, separadas pelo projeto tecnocrático moderno. Partindo da premissa de que, a tecnologia é uma emanação da cultura, ele chega à formulação do juízo de acordo com o qual “a cibercultura é um exemplo forte dessa vida social que se quer presente e que tenta romper e destruir o deserto racional, objetivo frio da técnica moderna.”

·“Pensamos de nossa parte que é um avanço ver no fenômeno um “fruto da cultura e de “ novas formas de relação social”, mas, não se pode dispensar uma reflexão histórica sobre suas conexões, sob pena de não saber se são essas relações que explicam a cibercultura ou a cibercultura que as explicam no tocante ao significado histórico.” (Rüdiger, 2004:87)
·“O ciberespaço, o tecno e os videogames seria, entre tantos outros sinais, provas de reingressamos no tempo do mito, opera-se agora um rencantamento do mundo, que promana da “ conjunção do cavaleiro de lendas e estórias com o lápis a laser [dos computadores].” (Rüdiger, 2004: 88)

·Como diria André Lemos, as tecnologias de comunicação contemporâneas promovem a cibercultura porque pontecializam, ao invés de inibir, as situaçãoes lúdicas, comunitárias e imaginárias da vida social.”
·“A vontade de descobrir no elemento espontâneo e criativo da cibercultura um antídoto contra a frieza racional do mundo maquinístico corre o risco de se tornar uma publicidade cultivada à sombra do poder tecnológico. O reconhecimento daquele precisa estar alerta para essa armadilha, se é para não cairmos numa celebração do espírito do tempo complementar à mitologização da tecnologia que emana, há séculos, do nosso próprio processo histórico universal.” (Rüdiger, 2004: 90)

PIERRE LÈVY: Cibercultura. São Paulo:
Editora 34
·Universalidade sem totalidade. É universal porque promove a interconexão generalizada, mas comporta a diversidade de sentidos, dissolvendo a totalidade. A interconexão mundial de computadores forma a grande rede, mas cada nó dela é fonte de heterogeneidade e diversidade de assuntos, abordagens e discussões, em permanente renovação.
·Lèvy apresenta seu ponto de vista a favor do “bem público”, defendendo a promoção no ciberespaço de práticas de inteligência coletiva.

·Pressupostos que orientam o estudo e os conceitos técnicos que sustentam a cibercultura, como é o caso da digitalização e das redes interativas. “Nem a salvação, nem a perdição residem na técnica”, afirma mostrando que as tecnologias não determinam, mas condicionam as mudanças, à medida em que criam as condições para que elas ocorram.
·Lévy descreve mutações nas formas de ensinar e aprender. O futuro papel do professor não será mais o de difusor de saberes, diz, mas o de “animador da inteligência coletiva” dos estudantes, estimulando-os a trocar seus conhecimentos. Com o advento do ciberespaço, o compartilhamento de memória permite aumentar o potencial da inteligência coletiva. O saber, agora codificado em bases de dados acessíveis on-line, é um fluxo caótico.

·Aprova a integração de sistemas de educação “presencial” e à distância. Por fim, propõe um método informatizado de gerenciamento global de competências, que inclui tanto os conhecimentos especializados e teóricos, quanto os saberes básicos e práticos.
·O autor acredita que a cibercultura seja a herdeira legítima da filosofia das Luzes e difunde valores como fraternidade, igualdade e liberdade. “A rede é antes de tudo um instrumento de comunicação entre indivíduos, um lugar virtual no qual as comunidades ajudam seus membros a aprender o que querem saber”
ESPERO QUE ISSO AJUDE A "CLAREAR" UM POUCO SOBRE O TERMO CIBERCULTURA.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Os Estudos Culturais

Os Estudos Culturais são um campo acadêmico de pesquisa sobre comunicação e cultura, geralmente relacionando-as sob uma perspectiva político-econômica de orientação marxista.
Centro de Estudos Culturais Contemporâneos (CCCS) da Universidade de Birmingham entre 1969 e 1979. Na década de 70, a atenção central do CCCS foi a ação da mídia. Seus antecedentes foram o movimento no campo dos estudos literários e debate gerado pela Escola de Frankfurt, tendo como motivo gerador as alterações dos valores tradicionais da classe trabalhadora na Inglaterra do pós-guerra.
Os pressupostos fundamentais dos Estudos Culturais são a análise da ação da mídia, atentando sobre as estruturas sociais e o contexto histórico como fatores essenciais para a compreensão da ação desses meios. Ocorre o deslocamento do sentido de cultura da sua tradição elitista para as práticas cotidianas.
A cultura não é tanto um conjunto de OBRAS, mas um conjunto de PRÁTICAS. A cultura tem relação com produção e intercâmbio de sentidos, isto é, o dar e receber sentidos entre os membros de uma sociedade ou grupo. Assim, a cultura deixa de ser considerada algo passivo e incorpora um sujeito que pode criar e agir sobre as coisas. No campo da comunicação, o interesse nas tecnologias é despertado.
Por que é importante a ênfase no entendimento de PRÁTICAS CULTURAIS? Um conceito de cultura associado à idéia de prática aponta para o sentido de ação, de agência humana, isto é, a cultura não significa simplesmente sabedoria recebida ou experiência passiva, mas um grande número de intervenções que podem tanto mudar a história ou transmitir o passado.
A cultura é uma região de disputas e de conflitos acerca do sentido; cultura diz respeito aos enfrentamentos entre modos de vida diferentes devido à existência de relações de poder. Como a comunicação é entendida dentro desse contexto? A comunicação é vista como um processo simbólico através do qual a realidade é produzida, reproduzida e transformada.
Adquire um sentido especial o processo de recepção: esta é tratada como um processo social complexo que envolve atividade contínua de apropriações, usos e reelaborações de conteúdos por parte de indíviduos, estruturados em grupos sociais particulares. Desenham-se enlaces entre TEXTO - CONTEXTO - RECEPTORES.
Para os Estudos Culturais não existe divisão entre cultura e condições de produção. Para pensarmos a cultura é preciso pensar como fizemos o texto, assim, chegamos ao pressuposto de como ver a cultura na sociedade.
CIRCUITO CULTURAL: -contexto- sujeitos emissores <> meios de comunicação e textos <> sujeitos receptores
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